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Eu nunca cheguei a saber se é de família, nem nunca cheguei a lembrar se foi algum trauma de infância que me deixou assim. Na verdade, eu só fui descobrir que era um monstro depois de já ter cometido várias atrocidades. Muitas vezes eu já acordei na rua, com um gosto estranhíssimo na boca, sem saber como fui parar ali, e por que minhas roupas estavam sujas e rasgadas. Depois de várias e várias manhãs acordadas assim, eu já não conseguia mais dormir. O desespero era gigante, eu tinha medo do que acontecia e do que poderia acontecer. Até um dia em que eu, ao acordar, lembrei de alguns flashes da noite anterior. Aquilo me apavorou, eu decidi interpretar como um sonho, como um sonho que queria fingir qualquer realidade para mim, para matar a 'curiosidade'. Mas, aos poucos, mais flashes como aquele vinham. Na hora do almoço, quando eu tomava banho, quando eu fazia sexo. Eu comecei a me considerar uma louca, comecei a achar que eu precisava me tratar. Que aquilo era muito real para ser a lembrança de um pesadelo. Em uma noite em que eu andava na rua, pensando na possibilidade de procurar alguma clínica, finalmente descobri o que realmente se passava...
Eu estava sozinha, a lua estava grande no céu. As ruas escuras me faziam companhia no caminho de volta para casa. Até que eu ouvi passos. Senti o cheiro de um homem vindo em minha direção. Um arrepio na espinha, eu ia me transfomando. O homem saiu do escuro e veio andando lentamente. "Oi bonequinha, tô sentindo que hoje eu vou me divertir", ele falou. Mal sabia o que o esperava. Quando o nojento se aproximou de mim, querendo sentir o meu cheiro, eu peguei um cano de ferro do chão e enfiei-o em sua barriga. Não sabia aonde eu tinha aprendido a ser tão fria. Tirei o cano do homem que primeiro caiu de joelhos e depois de lado quase morto. Levei lentamente o cano até minha boca, senti o perfume e comecei a salivar por aquele sangue a minha frente. E quando passei a língua sobre ele, um flashe inteiro, sobre tudo que eu já havia feito e sobre quem eu realmente era, passou na minha cabeça. Agora eu sabia da minha profunda necessidade de comer carne humana. Do meu vício incontrolável, que me domava, me possuia. Sabia que todas as vezes em que eu andava sozinha à noite e que a lua estava no céu, aos poucos eu me transfomava e entrava numa caçada desesperada por carne. Que eu sempre queimava o resto dos corpos das vítimas, depois de devorar suas melhores partes. E que as minhaa preferida eram os lábios, a língua. Então abaixei-me e devagar fui e até a boca do homem quase morto. Ele pensando que eu ia beijá-lo, mordi. Mordi forte, setindo mais sangue escorrer. Aquilo era delicioso. Indispensável para mim. Depois devorei mais e mais partes do seu corpo e queimei as provas depois. Alguns ossos, carne mutilada com meu canivete, um olho, tudo coberto de sangue. Fui andando para casa, vendo o sol nascer. Enxugando com a língua as gotas do líquido vermelho mais sabaroso do mundo que desciam da minha boca. E pensando em como a polícia ou algo do tipo nunca havia batido à minha porta. Ainda haviam mais coisas que eu precisava descobrir. Mas, o mais estranho daquilo, era que nada do que havia acontecido me assustava ou me fazia sentir nojo do que eu era. Canibal, em pleno século XXI.

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