O faro, meu grande aliado
O sigo escondida, o vejo parado
As vítimas, ao poucos, se reduzem a eles
Os homens, tão insignificantes seres
Pela primeira vez a vítima entende
Me leva a sério, me surpreende
Que não sou apenas uma mulher indefesa
Ela percebe, é minha presa
Uma honra talvez, se olhar pelo lado
Que eu caço sozinha, não tenho aliado
Escolho a dedo o meu jantar
E nunca deixei o prato escapar
Já estou boa nisso, sou profissional
De olhos vendados não sou nada mau
E é tão divertido então perguntar:
Qual a última coisa que você tem a falar?
O menos divertido é ter que esconder
Os vestígios depois, para ninguém perceber
Que no bairro à noite, tem alguém a esperar
Você dar bobeira e ser o jantar.
Talvez a minha fama tenha se espalhado
O homem não foge, já está conformado
E antes que eu faça seu sangue escorrer
Ele diz que tem um pedido a fazer
Então se aproxima, eu não tenho medo
Está determinado, só aí percebo
O que ele deseja em mim
Gostei da idéia, prefiro assim
Toca meus lábios com os seus
E não é rejeitado pelos meus
E a minha roupa tenta tirar
Não vou impedir, nem vou ajudar.
Aos poucos a vítima me convence
Aos poucos ela me vence
E estamos deitados a enlouquecer
Meu corpo por cima, me sinto tremer
Nunca havia pensado em me divertir
Dessa forma, antes de o jantar ingerir
Porque minha mãe tentou me ensinar
Que com comida não se deve brincar
Enfim eu lhe digo: é minha vez
Feche os olhos e conte até três
Ele se levanta com um sorriso de canto
O que talvez me trouxe espanto
E em três passos ele some
Não diz o que é, não diz seu nome
Só ao longe eu pude ouvir:
"Você não é a única canibal por aqui".
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